Fotos e texto: Francisco Lourenço
Uma criança de 2 meses morreu no início da noite deste domingo, dia 17, no Hospital Municipal José Nigro Neto, de Américo Brasiliense, após ser atendida pela equipe médica. A família de Júlia Eduarda Lima Santana, 2 meses, que mora no Jd. São Judas, acusa o hospital de negligência médica.
Ainda na unidade hospitalar, o pai José Valdir Moreira Santana Filho, o “Juninho”, 20 anos, contou para a reportagem da Gazeta de Américo que levou a filha ao hospital às 15h porque a criança estava muito quieta. Vinte minutos depois a criança já estava sendo atendida e tomando soro. Segundo o pai, em menos de uma hora após o início da aplicação do soro, a criança começou a ficar com o corpo todo vermelho e com o rosto inchado.
Avó da criança em momento de desespero no hospital
“Minha filha começou a ficar com os lábios roxos aí nós chamamos os médicos e eles saíram correndo com minha filha. Eu estou achando que foi medicação errada. Minha filha sangrava pelo nariz”, conta Juninho. A mãe da menina, Romilda da Silva Lima, 17 anos, disse que a criança não podia tomar medicação alguma sem autorização de um médico de Araraquara, com quem a menina fazia tratamento. A criança nasceu com má formação no intestino e passou por cirurgias nesses dois meses de vida.
Nossa reportagem tentou falar com alguém responsável pelo hospital, mas ninguém quis se manifestar. Disseram apenas responderiam por meio de nota, mas até agora ninguém entrou em contato com a redação da Gazeta de Américo. Este é o terceiro caso, em 2011, em que a família acusa o hospital municipal de Américo de negligência.
Departamento Municipal de Saúde
Em nota enviada à imprensa, por volta do meio dia desta segunda-feira, dia 18, o Departamento Municipal de Saúde de Américo Brasiliense esclarece que, “a criança deu entrada na Unidade Hospitalar Dr. José Nigro Neto às 15h11min do dia 17/04/2011 trazida pelos pais. A mãe relatou que sua filha estava gemendo muito e bastante quieta. A criança então foi avaliada pelo médico plantonista, que diagnosticou que a mesma estava em grau avançado de desidratação.”
Ainda segundo a nota, foi iniciada rapidamente a hidratação de Júlia Eduarda com soro, sendo também solicitados exames laboratoriais de urgência. Em seguida, a solicitação de uma vaga junto à Central de Regulação para transferência à Santa Casa de Araraquara foi feita.
Em outro trecho da nota, o Departamento de Saúde informa que “durante o aguardo da vaga solicitada à Central de Regulação, a menina sofreu duas paradas cardiorrespiratórias. Na primeira, o médico plantonista conseguiu reanimá-la. Mas na segunda, enquanto uma UTI Móvel já estava a caminho para realizar a transferência, a criança não resistiu. A criança apresentava histórico de gastrosquise, ileostomia e desnutrição severa, com várias internações para intervenção devido às múltiplas patologias. Todos lamentam o ocorrido”, finaliza a nota.