Por Alfredo Henrique/Redação
Fotos: Francisco Lourenço
É cada vez mais comum ver pessoas caminhando pela rua ouvindo músicas com fones de ouvido. Apesar de parecer uma atividade corriqueira, o excesso de volume de som nos ouvidos pode causar diminuição irreversível da audição.
Marcos Marques Rodrigues, médico otorrinolaringologista do Hospital Estadual Américo Brasiliense (HEAB), informou que para cada uma hora de exposição direta ao som, via fones de ouvido, são necessárias oito horas de repouso. “As células responsáveis pela audição podem ser paralisadas e até mortas em decorrência da exposição constante aos decibéis.”
Limite
É 90 o limite máximo de decibéis que o ouvido suporta, sem lesões, durante uma hora de exposição. Os aparelhos que reproduzem música (MP3, MP4, Ipods) não indicam a intensidade do volume por decibéis, impedindo que as pessoas saibam o quanto estão recebendo de vibrações sonoras nos ouvidos. “Ouvir música nesses aparelhos, hoje em dia, é uma febre. O som dos fones são mais agudos e localizados, facilitando problemas futuros”, explicou Rodrigues.
Perda de audição
Há casos em que as células responsáveis pela audição ficam paralisadas, podendo provocar dificuldade para ouvir determinados sons, ou mesmo produzindo chiado nos ouvidos. “Se as células estiverem paralisadas, em uma ou duas semanas, o ouvido volta ao normal”, disse.
No entanto, caso as células sejam mortas em decorrência da exposição excessiva ao som, a pessoa perde definitiva e gradativamente a audição, caso continue ouvindo música além do suportável pelo organismo. “A pessoa não chega a ficar surda, mas há casos em que somente irá ouvir normalmente com a ajuda de aparelhos auditivos.”
Fabiano usa frequentemente o fone de ouvido do celular
Distração
O pintor Anderson Aparecido Mathias, 23 anos, disse que costuma ouvir duas horas de música, com fones de ouvido, no período da manhã e durante toda à tarde. “Ouço música enquanto trabalho, para distrair.”
Mathias regula o volume da música na metade. Porém, mesmo não ouvindo além do suportado pelo organismo, ele pode desenvolver problemas futuros – em decorrência da exposição excessiva de tempo às ondas sonoras.