Segundo o DAEMA, a previsão é que o fornecimento seja normalizado apenas na segunda-feira, dia 29
Isabel Cristina Machetti mostra a torneira sem uma gota d'água
Por Valesca Mendonça e Francisco Lourenço
Fotos: Francisco Lourenço
Os moradores do bairro Santa Terezinha, em Américo Brasiliense, estão sem água nas torneiras desde a tarde de terça-feira, dia 23. Segundo informações do Departamento Autônomo de Água, Esgoto e Meio Ambiente (DAEMA), da Prefeitura local, a bomba que abastece aquela região queimou, sendo que a previsão é que o fornecimento volte ao normal somente na segunda-feira, dia 29. “É possível que ainda nesta sexta a população tenha água, mas em pequena quantidade. Nossa bomba passa por manutenção em Bauru e devemos utilizar uma bomba emprestada pelo município de Jau, mas que não tem a mesma capacidade de fornecimento que a nossa”, explica o diretor do DAEMA, Julio Perroni. Desde ontem, a população utiliza água fornecida por caminhão pipa.
Adílio de Almeida Ventura perdeu um dia de serviço por causa do problema
Nossa reportagem esteve no bairro, na manhã desta quinta-feira, e conversou com vários moradores que estão tendo dificuldades para manter a rotina diária em casa. Isabel Cristina Machetti, moradora na Rua Eduardo Pollo Randes (Rua 26) há 10 anos, disse que o problema acontece todo ano. Nesta manhã ela estava praticamente sem água para fazer a comida. A água fornecida pelo caminhão, segundo ela, serve somente para limpeza e higiene. “Tenho uma neta de 6 anos que não foi para a escola [do bairro] devido a falta de água e já estou quase sem água para cozinhar. Há 10 anos convivemos com este problema que nunca é resolvido”, reclama.
Outro morador, o vendedor Rony Silva Oliveira, se vira como pode para comer e tomar banho. No Santa Terezinha ele mora na Rua Francisco Ribeiro da Silva. “Faz dois dias que estou indo a Araraquara, na casa de minha sogra, para comer e tomar banho”, conta. O comerciante Gilberto Evangelista, proprietário de uma padaria no Santa Terezinha, conta que apesar de ter uma caixa d’água de 2 mil litros, deve ter problemas amanhã, se a situação não for logo resolvida. “Estou há 5 anos no Santa Terezinha e todo ano temos problemas com a falta de água. Não consigo lavar o comércio, pois a água está sendo usada para suprir o essencial.”
Uma família de lavradores perdeu o dia de serviço por falta d’água. Joanice Trindade de Almeida, seu marido e mais três filhos não conseguiram tomar banho e lavar a roupa do serviço. “A água é muito pouca e não tem como fazer nada”, disse Adílio de Almeida Ventura, 18 anos, filho de Joanice.
DAEMA
Na manhã desta quinta-feira o diretor do DAEMA, Julio Perroni, explicou para nossa reportagem que o departamento está trabalhando para resolver o problema o quanto antes, mas prevê que a água volte com pressão nas torneiras somente na próxima segunda, dia 29. Até lá, o bairro será abastecido por caminhões pipa, que devem ser contratados para amenizar o problema da população.
“Hoje estava lá no bairro pela manhã e tinham quatro caminhões pipa lá, mas é muito pouco. Se a gente tivesse vinte ainda seria pouco. Mas não estamos conseguindo porque as empresas não têm esse tipo de equipamento para alugar, o município também não tem. A usina emprestou um ontem, mas nesse período de estiagem, com várias queimadas por aí, ela não pôde emprestar hoje. Quem souber de alguem que tem caminhão pipa para alugar pode nos avisar aqui”, ressalta Perroni.
Segundo informações do DAEMA, cerca de trinta casas do bairro São José – vizinho ao Santa Terezinha - também foram atingidas com a falta d’água. “Pedimos a colaboração da população para economizar água, usando apenas o necessário. Quem tem caixa, economizar água da casa, evite lavar quintal, calçada, carro, roupa, porque a prioridade é para consumo e higiene”, Luiz Eduardo Alves, chefe de Meio Ambiente do DAEMA.
O comerciante Gil tem uma caixa d'água de 2 mil litros em sua padaria, mas já prevê problemas para esta sexta-feira