Por Gabriela Martins/Tribuna Impressa
Os moradores do bairro Vista Alegre reclamam do mau cheiro ocasionado pela fábrica de salsicha Fripon. Segundo eles, a fábrica estaria soltando a água usada na produção sem o tratamento necessário, o que estaria causando transtornos.
De acordo com Leonardo Zacaro, de 28 anos, vigilante e vizinho da fábrica, a água tem um cheiro muito forte e é lançada na rua de 15 em 15 dias. "Diferente do que o proprietário diz, afirmando que foi só hoje, temos que conviver com esse cheiro há mais de seis meses. O cheiro forte tira a vontade de comer e acaba dando vergonha de receber visitas, pois parece que o cheiro está dentro de casa", comenta.

Fábrica Fripon, em Américo Brasiliense
Mauricio Batista da Silva, 32 anos, motorista e também morador próximo, acrescenta que o cheiro acaba atraindo moscas varejeiras para as casas. "Aqui não podemos deixar nada de comida fora da geladeira", diz.
Segundo Claudio da Silva, 41, eletricista de autos, outro grande problema são os carros que passam em alta velocidade pelos buracos da rua, espirrando a água para a calçada e para dentro das casas. "Já chamamos várias vezes a Vigilância Sanitária do município. Eles falam que vão resolver, mas não fazem nada", diz.
Outro lado
O proprietário da empresa Fripon, Antônio Carlos Ayres, esteve no local e se comprometeu a solucionar o problema. "Não vou tirar a razão deles, mas uma das bombas do poço de tratamento acabou quebrando e ocasionando o vazamento de 10 mil litros de água. Mas já estamos vendo de colocar uma barreira de contenção no local. Acredito que dentro de três dias tudo estará regularizado", responde.
Atividade incomoda há tempos
Está não é a primeira vez que moradores da região reclamam da empresa. No ano passado, o motivo foi a fumaça gerada pela Fripon. "No ano passado colocamos um filtro na chaminé e desenvolvemos uma nova estação de tratamento de afluentes", diz o proprietário, Antônio Carlos Ayres.
Questionada sobre a fiscalização da empresa, a Vigilância Sanitária de Américo Brasiliense, por meio de sua assessoria, explicou que a Fripon não é fiscalizada pelo município, já que se trata de uma indústria de alta complexidade e a cidade só atua em casos de baixa e média complexidades. A regulação é feita pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF) do Ministério da Agricultura.